Livro de Vozes e Sombras (recolocação/reimpressão)
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*Por unidade - IVA 6%Ilha das Revoluções Cláudia Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um conhecido ex-operacional da Frente de Libertação dos... Ver mais
Ilha das Revoluções
Cláudia Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um conhecido ex-operacional da Frente de Libertação dos Açores e reaver a crónica do independentismo insular durante a Revolução. Depara-se-lhe um homem-mistério, voz e sombra do jogador, das suas verdades que mentem, das suas mentiras que dizem a verdade.
Ela, que pertence à geração seguinte, não parece ter memória histórica do país de então: vive no de agora, e o passado é um território longínquo, cuja narração flui no interior de um imaginário algo obscuro. A história da FLA (e a da FLAMA, na Madeira) comporta em si o país de todos os regressos: a Ditadura, o fim das guerras em África, a descolonização e o retorno à casa europeia pelos caminhos de volta, os mesmos que levaram as naus a perder-se nos mares da partida. O país que a si mesmo se descoloniza vibra na exaltação revolucionária. E é dos avanços e recuos dessa Revolução que nasce a tentação separatista do arquipélago.
Na longa e secreta entrevista ao homem da FLA, a jornalista vê-se enredada numa história de logros políticos, compadrios, interesses de propriedade, conluios estrangeiros e outros equívocos do movimento separatista, onde não há lugar para as vítimas da FLA, nem para o desamparo dos regressantes de África. Mas Cláudia Lourenço encontrará maneira de lhes dar voz.
Sobre o autor: João de Melo
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Aos 11 anos, deixa a sua ilha natal para prosseguir os estudos no continente, como aluno interno do Seminário dos Dominicanos, onde permanece entre 1960 e 1967. Abandonado o seminário, passa a viver em Lisboa, prosseguindo os estudos enquanto trabalha e iniciando colaborações na imprensa escrita. É, aliás, num jornal, o Diário Popular, que publica o seu primeiro conto, aos 18 anos. A partir de então publicará contos, crítica literária e poemas em diversos periódicos de Lisboa e dos Açores, integrando-se na geração literária que, sediada em Angra do Heroísmo - e ligada ao suplemento literário do jornal A União - renovou a literatura açoriana contemporânea.
A incorporação no exército, com o posto de furriel e a especialidade de enfermeiro, em 1970, e a posterior ida para Angola, onde permaneceu 27 meses numa zona de guerra, marcá-lo-ão em termos pessoais e literários, sendo tema de vários livros seus, de que se destaca, na ficção, "Autópsia de Um Mar de Ruínas", romance que é uma referência na literatura portuguesa sobre a guerra colonial.
Já após a revolução de Abril de 1974, João de Melo licencia-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, mantendo sempre colaboração em diversas revistas literárias (Colóquio-Letras, Vértice e, mais tarde, Sílex, Ler, etc.). No início da década de 80, torna-se professor do ensino secundário, atividade em que reparte até hoje o seu tempo com a escrita literária.