Sinopse
Via o comboio passar ao longe, no Baraçal, um canto perdido da Beira Alta, e sonhava com o mar. Filho de um severo mestre-escola de aldeia, o rapaz que se aborrecia com a leitura de Homero, Virgílio e Camões, mas que gostava de números, fórmulas e equações, rumou à capital aos 15 anos para encontrar ofício como praticante farmacêutico na baixa de Lisboa e dobrar o destino.
Fausto de Figueiredo atravessou a monarquia, a República e o Estado Novo. Viveu a paz e a guerra e os altos e baixos da fortuna entre atentados, exilados e espiões. Foi político e empresário. Do pinhal do Torrezão e das velhas termas do Viana, ergueu a Costa do Sol, dando-lhe as primeiras páginas da imprensa portuguesa e estrangeira como destino capaz de superar qualquer estância balnear da Europa.
Visionário, criativo, arrojado, irascível, exigente e controlador, chamaram-lhe o pai do turismo português, alguém que soube entender os tempos e fazer obra. Viu no Casino uma atração e uma fonte de financiamento, juntou-lhe o Hotel Palácio, o Tamariz, o Parque, as termas, tudo ligado a Paris no luxo do Sud Express, pela linha do Estoril, por cuja eletrificação tanto batalhou.
É este homem que aqui surge retratado pela pena de Maria João Lopo de Carvalho. Nesta biografia romanceada, a escritora explora uma viagem com paragem em muitas estações e apeadeiros: da Beira Alta a Lisboa, de Lisboa aos Estoris e daí a Paris, a Biarritz e de novo a Lisboa.
O Estoril Não Caiu do Céu leva-nos muito além da vida de um homem, conduzindo-nos ao longo de um pedaço da nossa História, por um país que o génio de Fausto de Figueiredo veio despertar do torpor, dando-lhe um novo horizonte, singular e luminoso.
Sobre a Autora
Maria João Lopo de Carvalho licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professora de Português e de Inglês, criou a primeira escola de Inglês para os mais novos e trabalhou como copywriter em publicidade. Passou ainda pelas áreas de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Tem mais de setenta títulos editados, entre romances, livros de crónicas, manuais escolares e livros infantojuvenis, a maior parte deles no Plano Nacional de Leitura. É presença regular na comunicação social e todos os anos visita escolas do País para incentivar o gosto pela leitura.
Escreveu cinco romances históricos: Marquesa de Alorna (2011), Padeira de Aljubarrota (2013), Até que o Amor me Mate (2016), O Fado da Severa (2018) e O Bisavô (2020). Vendidos em conjunto mais de cem mil exemplares.